Inseminação Artificial em equinos

1 – HISTÓRICO

A primeira inseminação artificial foi realizada na espécie equina por volta de 1932 a.C.. Conta a lenda que um chefe árabe resolveu roubar uma amostra de sêmen de um garanhão de um rival e transferiu o sêmen para a vagina de uma de suas éguas. Posteriormente, somente em 1776 é que foi relatado outro evento envolvendo a inseminação artificial em equinos. SPALANZANI coletou sêmen de um garanhão, permitindo que o mesmo mantivesse um contato com a neve. Para sua surpresa, foi observado que as células espermáticas permaneceram inativas, ao invés de morrerem, com a motilidade retornando à medida que a temperatura foi voltando ao normal.
Em 1880, W HEAPE inseminou algumas éguas com o objetivo de contornar problemas de infertilidade. Na década seguinte, um veterinário francês de nome REPIQUET, indicou o uso da inseminação artificial para o tratamento de esterelidade. No entanto, coube a dois pesquisadores dinamarqueses, SAND e STRIBOLT, o mérito de introduzir na indústria equina a idéia de que a prática da inseminação artificial deveria ser utilizada, não como um tratamento de esterelidade, mas sim como um meio de melhorar a raça. Naquela época, eles se referiram ao valor econômico que representa o uso do sêmen de um garanhão superior.
O verdadeiro interesse pela inseminação artificial em equinos começou a ser despertado a partir de 1912, após os estudos desenvolvidos por um pesquisador russo, de nome IVANOV, que inseminou 39 éguas e obteve uma taxa de concepção de 79,5% (31 éguas conceberam) em comparação à uma taxa de concepção de 43,2% para 23 éguas cobertas naturalmente.
Atualmente, a inseminação artificial em equinos tem sido focalizada em várias partes do mundo e já se constitui em uma prática de rotina no manejo reprodutivo dos rebanhos idôneos. Países como a Polônia, Rússia, Japão, Grécia, Iugoslávia, Bulgária, Dinamarca, Alemanha Ocidental, França, Hungria lideram a prática da inseminação artificial em equinos com bases comerciais, sendo a União Soviética e o Japão os pioneiros. No presente, o principal ponto de estrangulamento do avanço desta técnica é a atitude negativa e a regulamentação de determinadas associações de classe (lideradas pela do puro Sangue Inglês), limitando tal uso, alegando um difícil controle da paternidade e a perda de lucros provenientes da venda de cobrições naturais.
As perspectivas para a introdução da inseminação artificial na equideocultura brasileira são boas, dependendo da cooperação das associações e da conscientização dos criadores da importância desta prática de manejo reprodutivo para sucesso econômico da exploração e para o desenvolvimento acelerado da raça.


2 - TÉCNICAS

2.1 - Transcervical

Procedimento no qual após devida higienização do períneio com água corrente e solução antisséptica degermante, devidamente secado com papel toalha descartável, consiste com o auxílio de uma pipeta a passagem transcervical guiada pelo dedo indicador e deposição do sêmen na luz uterina; ou mesmo guiada pelo endoscópio. Técnica trazida ao Brasil pelo professor Marco Antonio Alvarenga ( UNESP - Botucatu ) e que está revolucionando a utilização de sêmen congelado.
Nesta técnica, o sêmen é guiado, com o auxilio de um aparelho de endoscópio, até o fundo do corno uterino situado do mesmo lado da ovulação e depositado em uma estrutura chamada Papila Tubárica que funciona como reservatório de sêmen.
Desta maneira, podemos reduzir a quantidade se sêmen utilizado, melhorar o resultados obtidos com sêmen congelado, além de otimizar o aproveitamento de material genético de alto valor.

2.2 - Cirúrgica

Procedimento no qual após devida antissepsia local, anestesia local, consiste a aplicação de sêmen diretamente no corno uterino ipsilateral á ovulação com auxílio de um endoscópio introduzido no flanco próximo ao útero.


3 – VANTAGENS E DESVANTAGENS

Diversas são as vantagens que favorece a adoção desta prática em uma escala comercial:
a)      Redução do sobre-uso do garanhão;
b)      Controle de doenças;
c)      Transporte de sêmen;
d)     Melhoramento genético da raça;
e)      Elevada taxa de concepção;
f)       Redução dos riscos de injúrias
g)      Avaliação da fertilidade dos garanhões;
h)      Uso apropriado de “garanhões problemas”;
i)        Cobrição de éguas problemas;
j)        Aumento da relação macho:fêmea;
k)      Uso adequado de garanhões valiosos erados;
l)        Sincronização do cio e da ovulação;

Após esta breve listagem de vantagens da inseminação artificial, passarei listar a respeito das desvantagens de tal técnica:
a)      Fraudes;
b)      Custo elevado;
c)      Transmissão de defeito;
d)     Disponibilidade de mão-de-obra capacitada;
e)      Aperfeiçoamento do manejo reprodutivo
f)       Declínio na % do sêmen CONGELADO.

3 –  CONSIDERAÇÃO FINAL
Portanto mostra que a técnica traz muitas vantagens e muito interessante aos criadores, e que o investimento em materiais é muito compensatório comparado com as vantagens. O procedimento é tranqüilo, porém de suma importância de um bom profissional respeitando as práticas de higiene e imprescindível o acompanhamento folicular para obter resultados desejados evitando assim prejuízos.


Att Francisco Tapparo Ito